quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Recordar... Guilhermina Suggia


Foi preciso ir até ao Porto, visitar a Casa da Música para conhecer a história desta mulher corajosa e batalhadora. Guilhermina Augusta Xavier de Medim Suggia nasceu em São Nicolau, no Porto, no dia 27 de junho de 1885, filha de Augusto Jorge de Medin Suggia, de ascendência italiana e espanhola, de sua mulher Elisa Augusta Xavier e foi uma distinguida violoncelista portuguesa.

Numa época em que a profissão de violoncelista era mal vista pela sociedade que a considerava indecorosa para as mulheres e, portanto, as violoncelistas não podiam colocar o violoncelo entre as pernas (tal como os homens faziam), eram obrigadas a colocar o instrumento do outro lado do corpo obrigando a uma significativa contorção do dorso, tornando o instrumento ainda mais inacessível às executantes femininas. Suggia foi a primeira violoncelista a insurgir-se contra essa limitação imposta às mulheres, argumentando que não queria magoar o seu próprio corpo para fazer o que mais gostava na vida – tocar violoncelo.

Distinguida internacionalmente, acolhida nas salas de concerto pela Europa fora, na Suíça, Haia, Bremen, Amesterdão, Paris, Mainz, Bayreuth, Praga, Viena, Berlim, Rússia, Roménia e acarinhada pela rainha Elisabeth II de Inglaterra, Guilhermina Suggia revolucionou o mundo da música e abriu as portas profissionais do violoncelo às mulheres, até então quase fechadas.

Morreu de cancro na noite de 30 de julho de 1950.


Citação
«Suggia é soberbamente temperamental, sendo sempre ela que dirige o seu temperamento, sem nunca ser dirigida por ele. No Concerto de Schumann anima com o fogo da sua personalidade o que de outro modo ficaria morto; com a esplêndida largueza de arco e a vivacidade do seu som, Suggia dá alento e brilho à peça.»

The Daily Mail, 27 de Outubro de 1922



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