quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Recordar… Aristides de Sousa Mendes


Aristides de Sousa Mendes nasceu no Carregal do Sal, Cabanas de Viriato, no dia 19 de julho de 1885 foi um diplomata português. Cônsul de Portugal em Bordéus no ano da invasão da França pela Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial, Sousa Mendes desafiou ordens expressas do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, António de Oliveira Salazar, (cargo ocupado em acumulação com a chefia do Governo) e concedeu 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades que desejavam fugir da França em 1940.

Este homem foi, de facto, um grande português que arriscou perder o seu cargo e talvez a sua vida em prol de milhares de judeus que, durante a 2ª Guerra Mundial, refugiaram-se em Portugal, vítimas das perseguições nazis.

Salvou mais pessoas que Schindler (aproximadamente 60 mil almas) e de entre elas, destacam-se: Otto de Habsburgo, filho de Carlos, o último imperador da Áustria-Hungria; o príncipe Otto era detestado por Adolf Hitler. Ele escapou com a sua família desde o exílio belga e dirigiu-se aos Estados Unidos onde participou numa campanha para alertar a opinião pública; Charles Oulmont, escritor francês e professor na Universidade de Sorbonne e Ilse Losa, escritora, que residiu no Porto e escreveu obras como por exemplo O Mundo em que vivi.

A 8 de Julho de 1940, Aristides é punido pelo governo de Salazar, que priva o diplomata de suas funções por um ano, diminuindo em metade o seu salário, antes de o enviar para a reforma. Para além disso, Sousa Mendes perde o direito de exercer a profissão de advogado. A sua licença de condução, emitida no estrangeiro, também lhe é retirada.

O cônsul demitido e sua família, bastante numerosa, sobrevivem graças à solidariedade da comunidade judaica de Lisboa, que facilitou a alguns dos seus filhos os estudos nos Estados Unidos. Dois dos seus filhos participaram no Desembarque da Normandia.

Em 1945, Salazar felicitou-o por Portugal ter ajudado os refugiados, recusando-se no entanto a reintegrar Sousa Mendes no corpo diplomático.

Faleceu na miséria a 3 de Abril de 1954, no hospital dos franciscanos em Lisboa. Não possuindo um fato próprio, foi enterrado com um hábito franciscano.
Um homem corajoso, e que à custa do seu bom caráter, teve um triste destino. Aristides de Sousa Mendes merece muito respeito, admiração. Esta minha singela homenagem é dedicada a ele e a todos os outros que arriscaram a sua vida em prol dos outros.

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